Língua Portuguesa turmas 11,12,13,14 Professora Marliesi


Língua Portuguesa


Turmas: 11, 12, 13 e 14


Professora: Marliesi



1ª Semana: Linguagem, língua e fala;


2ª Semana: Elementos da comunicação;

3ª Semana: Variações Linguísticas;

4ª Semana: Funções da Linguagem.



Material de apoio:
Textos do material;

Videoaulas:


Semântica: Linguagem, língua e fala Link:https://youtu.be/O-pmUQm-Q9c


Elementos da comunicação Link:https://youtu.be/jX_htQU2clg

Variação Linguística Link:https://youtu.be/6fBOVygtNoU

Funções da Linguagem Link:https://youtu.be/5JrCUWnqHBk

Observação: As atividades aparecerão ao final de cada texto e deverão ser realizadas no caderno.


Linguagem, língua e fala


Eis uma tríade cuja materialização vincula-se a todo e qualquer processo comunicativo. Embora os concebemos como elementos utilizados para designar a mesma realidade, em se tratando do ponto de vista linguístico, os mesmos não devem ser confundidos, talvez até como termos sinônimos.
A linguagem pode ser considerada como a capacidade estritamente humana capaz de manifestar algo, visando à expressão de sentimentos, à manifestação de desejos e opiniões, à troca de informações entre diferentes culturas, dentre outros procedimentos.
Por meio da mensagem identificamos a intencionalidade presente em um determinado discurso. Podendo esta ser de natureza verbal ou não verbal. Em se tratando da linguagem não verbal, a mesma vincula-se aos símbolos de uma maneira geral, gestos, expressões faciais, desenhos, pinturas, danças, entre outros elementos.
A linguagem verbal concerne à modalidade escrita ou oral como forma de estabelecer a comunicação por meio das palavras, facilitando a interação entre os interlocutores.
Quando nos referimos à língua, restringimo-nos a uma atividade coletiva realizada por meio de um código formado por palavras regidas por leis combinatórias às quais pertencem a um grupo específico. Como é o caso da língua inglesa, brasileira, italiana, francesa, e muitas outras.
Em razão de seu caráter social, a língua não permite mudanças arbitrárias. Torna-se necessário obedecer a certas regras para que a comunicação se realize de maneira plausível. O agrupamento de palavras de forma desordenada tende a não efetivá-la, conforme podemos observar o exemplo abaixo:


Exaustos hoje trabalho com o estamos

Neste caso, faz-se necessário atribuirmos a ordem direta ao enunciado linguístico, visando estabelecer uma perfeita comunicação:

Hoje estamos exaustos com o trabalho.

A fala é algo estritamente individual, pois cada pessoa tem seu jeito próprio de se manifestar em meio a um grupo social. Usufruindo-se de seus conhecimentos linguísticos, a mesma torna-se apta a expressar seu pensamento de acordo com sua visão de mundo adquirida ao longo de sua experiência.
O fato nos leva a crer que para uma pessoa ser compreendida, ela não precisa falar ou escrever igual ao outro, daí o caráter estritamente pessoal.

Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duart



Atividades da 1ª Semana:


1) Escreva uma pequena reflexão acerca das seguintes perguntas: O que é língua? Qual a importância de uma língua para se comunicar


“A linguagem verbal concerne à modalidade escrita ou oral como forma de estabelecer a comunicação por meio das palavras, facilitando a interação entre os interlocutores.”
2) Considerando o conceito acima, elabore uma frase que se encaixe à campanha ao combate do “coronavírus”.


Elementos da comunicação e as funções da linguagem

Os elementos da comunicação estão relacionados com as funções da linguagem. Nenhum ato de fala é desprovido de ambos os conceitos.


Você já prestou atenção na quantidade de atos de comunicação em que estamos envolvidos em nosso dia a dia? Os humanos, estes seres sociais, estão sempre utilizando as mais diversas formas de linguagem para estabelecer algum tipo de contato com o outro, que sempre é visto como um interlocutor em potencial.


Acontece que esses atos de comunicação não acontecem de maneira aleatória. Podem acontecer de maneira intuitiva, mas sempre com alguma intenção, seja ela explícita ou não. Foi para sistematizar e explicar a comunicação que o linguista russo Roman Jakobson elaborou seu famoso modelo, no qual operam seis fatores essenciais (chamados de elementos da comunicação) para que a comunicação aconteça:


contexto
mensagem
remetente <----------------------------------> destinatário
contato
código


Todos os fatores envolvidos no modelo de Roman Jakobson são imprescindíveis para a comunicação verbal. Quando elaboramos uma mensagem, pensamos também nos sentidos que queremos atribuir a ela, pois todo ato comunicacional é permeado por intenções. Nesse momento, quando imbuímos a comunicação de sentidos e finalidades, surgem as funções da linguagem:

poética
emotiva <-----------------------------------> conativa
fática
metalinguística


Os elementos da comunicação estão intrinsecamente relacionados com as funções da linguagem. Para melhor exemplificar a relação existente entre esses dois fatores fundamentais da comunicação, observe o esquema:


contexto


função referencial


mensagem


remetente função poética destinatário


função emotiva <-----------------------------------> função conativa


contato


função fática


código


função metalinguística


Observando o último esquema, é possível notar a relação existente entre os elementos da comunicação e as funções da linguagem. É importante ressaltar que, embora em uma mesma mensagem verbal possam conviver diferentes funções, sempre uma delas irá se destacar, estabelecendo assim uma diferente ordem hierárquica de funções.



Os elementos da comunicação estão relacionados com as funções da linguagem, seja ela escrita ou oral


Publicado por: Luana Castro Alves Perez



Atividade 2ª Semana:


Após analisar uma das criações artísticas do poeta Fernando Pessoa, elucide os elementos em questão:



Mar português


Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!


Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.


Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.


Fonte: http://www.grijalvo.com/Citas/b_Pessoa_Mar_portugues.htm


a- emissor: ........................................................................................................................
b- receptor: .......................................................................................................................
c- mensagem: ...................................................................................................................
d- código: ..........................................................................................................................
e- canal: ............................................................................................................................
f- contexto: ........................................................................................................................


Variações Linguísticas


Antigamente

Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.


Carlos Drummond de Andrade

Ao travarmos contato com o fragmento ora exposto, percebemos que nele existem certas expressões que já se encontram em desuso, tais como: Mademoiselles, prendadas, janotas, pé-de-alferes, balaio.
Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como ficaria?
Restringindo-se a uma linguagem mais coloquial, os termos em destaque seriam substituídos por “mina”, “gatinha”, “maravilhosas”, “saradas”, “da hora”, “Os manos”, “A galera,” “Davam uma cantada”, e assim por diante.
Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do tempo em virtude de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável.
Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas estão:
Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste caso, podemos destacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que é aquela utilizada pelas pessoas de maior prestígio social.
Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a uma classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos, profissionais da informática, dentre outros.
Vejamos a seguir um exemplo típico de variação regional, nas palavras do poeta Oswald de Andrade:


Vício na fala

Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.

Oswald de Andrade


Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte



Atividade 3ª Semana:


1)Pesquise e copie um texto (ou um trecho do mesmo) que apresente uma das variações lingüísticas estudadas e, em seguida, classifique em variedade: histórica, regional ou social.


Funções da linguagem


As funções da linguagem estão relacionados com os estudos da linguagem e da comunicação. Alguns estudiosos apontam a existência de, pelo menos, seis funções da Linguagem, cada uma ligada a um diferente elemento da comunicação. Entender essas manifestações ajuda a interpretar textos com mais eficiência e a compreender como os atos comunicativos organizam-se, podendo gerar mais eficácia no momento de se falar ou de se escrever.


Funções de linguagem na comunicação

Roman Jakobson, linguista russo, foi um dos grandes teóricos que apresentaram ao mundo estudos referentes às funções da linguagem na comunicação. Contudo, independentemente dos resultados das pesquisas acadêmicas, podemos dizer que perceber os atos comunicativos e o uso da linguagem não depende de nos apropriarmos de teorias ou axiomas, basta que olhemos ao nosso redor.



A intenção do ato comunicativo define a linguagem a ser utilizada.


Comunicamo-nos do momento em que acordamos até a hora de voltarmos a dormir, seja por meio da linguagem verbal (escrita, falada), seja por meio da linguagem não verbal. Para cada interação, de forma consciente ou intuitiva, estamos submetidos a um esquema mínimo que nos permite elaborar e compreender mensagens, conforme demonstrado a seguir.





Importante lembrar que, embora seja possível, na maioria das vezes, identificarmos a função predominante, podemos perceber que as seis funções da linguagem podem perpassar os textos, uma vez que todos os elementos estão presentes na comunicação.


→ Função referencial ou denotativa


A função referencial ou denotativa é a função da informação. Presente em textos como artigos científicos, textos didáticos, folhetos, manuais e textos enciclopédicos, enfatiza o referente, ou seja, o assunto ou contexto em que aquele determinado texto está inserido. Em sua estrutura, predominam o discurso na ordem direta e o foco na terceira pessoa com a utilização da objetividade.


Um gênero textual bastante representativo dessa função é a notícia, cuja intenção é a de informar os leitores sobre fatos relevantes e recentes, e que, na maioria das vezes, constrói-se desprovida de opiniões ou sequências linguísticas que pretendam levar ao convencimento. Se quiser saber mais sobre esse tema, acesse: Função referencial ou denotativa.


Exemplo

Com programação especial, Feira do Estudante começa nesta segunda em Praia Grande


Confira tudo que acontecerá no Pavilhão de Eventos Jair Rodrigues até a próxima quarta-feira (25).


Por Mariana Nadaleto, G1 Santos


Começa nesta segunda-feira (23) a 4ª edição da Feira do Estudante, organizada pela Prefeitura de Praia Grande, que oferecerá palestras, workshops, oficinas, atrações especiais, sorteios, parque de diversões e um show do Projota para o público jovem. O evento acontece até quarta-feira (25), no Pavilhão de Eventos Jair Rodrigues, e a entrada é gratuita (exceto para o show de encerramento).


Mais de 20 unidades de ensino, entre elas universidades, cursos de idiomas e cursos técnicos, já confirmaram presença na Feira, e oferecerão palestras e stands. Além disso, também foram organizadas atividades especiais, como o Espaço Urbano, Espaço Cultural e o Lounge Fals, com programação para os três dias de evento.


O objetivo da organização da Feira do Estudante, que faz parte do Festival da Juventude de Praia Grande, é dar oportunidade para que os jovens conheçam as universidades e os diversos cursos de idioma e técnicos oferecidos na região, e assim, possam escolher com mais clareza o que desejam seguir profissionalmente.


O Pavilhão de Eventos Jair Rodrigues fica localizado dentro do Espaço Alvorada, na Avenida Ministro Marcos Freire, altura do nº 6.420, Bairro Quietude, próximo ao Viaduto Paschoalino Borelli da Via Expressa Sul.

→ Função emotiva ou expressiva


Diferentemente da função referencial ou denotativa, que preza pela objetividade, a principal particularidade da função emotiva ou expressiva é o caráter subjetivo, ou seja, a linguagem cumprindo a função de emitir opiniões, emoções, desejos, sentimentos, expressões individuais.


Estruturada com sequências na primeira pessoa do discurso, tem como representantes os artigos de opinião, diários, cartas pessoais e poemas líricos, por exemplo. Assim, o ponto de vista de quem fala/escreve é essencial no trabalho com a linguagem. Se quiser saber mais sobre esse tema, acesse: Função emotiva ou expressiva.


Exemplos

Mãos Dadas


Não serei o poeta de um mundo caduco
Também não cantarei o mundo futuro
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças
Entre eles, considero a enorme realidade
O presente é tão grande, não nos afastemos
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas


Não serei o cantor de uma mulher, de uma história
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida
Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes
A vida presente


Carlos Drummond de Andrade


Violência obstétrica, uma forma de desumanização das mulheres


A expressão 'violência obstétrica' ofende médicos. Dizem não existir o fenômeno, mas casos isolados de imperícia ou negligência médicas. O que aconteceu com a brasileira Adelir Gomes, grávida e forçada pela equipe de saúde a realizar uma cesárea contra sua vontade, dizem ser um caso extremo, escandalizado pelas feministas como de violência obstétrica. Não é verdade. A violência obstétrica manifesta-se de várias formas no ciclo de vida reprodutiva das mulheres. Em cada mulher insultada verbalmente porque sente dor no momento do parto ou quando não lhe oferecem analgesia. Na violência sexual sofrida em atendimento pré-natal ou em clínicas de reprodução assistida. No uso de fórceps, na proibição de doulas ou pessoas de confiança na sala de parto. Na cesárea como indicação médica para o parto seguro. A verdade é que a violência obstétrica é uma forma de desumanização das mulheres.


Jornal El País Brasil, 20 de março de 2019.

→ Função poética


Embora tenha como nome função poética, essa função da linguagem não é exclusiva dos poemas. Quando a intenção discursiva é a de construir uma mensagem que valoriza o tipo em sua elaboração, vemos a manifestação desse tipo de função.


Assim, a presença de figuras de linguagem, seja em textos poéticos, seja em textos em prosa, bem como diferentes escolhas vocabulares, ou mesmo a própria estruturação textual em versos com a presença de rimas demonstram a intencionalidade do trabalho com a mensagem.


Exemplos Millôr Fernandes


→ Função fática ou de contato


Centrada no canal ou veículo de comunicação, a função fática ou de contato é aquela em que a intencionalidade está na manutenção do ato comunicativo, ou seja, quando o emissor (locutor) busca estratégias para manter a interação com o receptor (interlocutor).


Quem nunca entrou em um elevador e “jogou conversa fora” sobre como está o clima? Mesmo nos mais despretensiosos momentos de fala, as funções da linguagem estão presentes. Ao desejar “Bom dia!”, ou mesmo quando o professor, em sala de aula, pergunta “Entendeu?”, percebemos o desejo de que a comunicação siga seu curso. Do “alô” ao “tchau”, do “bom dia” a “boa noite”, vemos que o ser humano é realmente o ser que fala e que nossos laços sociais fortalecem-se diante da necessidade de nos comunicarmos.


Exemplo





Millôr Fernandes


→ Função fática ou de contato


Centrada no canal ou veículo de comunicação, a função fática ou de contato é aquela em que a intencionalidade está na manutenção do ato comunicativo, ou seja, quando o emissor (locutor) busca estratégias para manter a interação com o receptor (interlocutor).


Quem nunca entrou em um elevador e “jogou conversa fora” sobre como está o clima? Mesmo nos mais despretensiosos momentos de fala, as funções da linguagem estão presentes. Ao desejar “Bom dia!”, ou mesmo quando o professor, em sala de aula, pergunta “Entendeu?”, percebemos o desejo de que a comunicação siga seu curso. Do “alô” ao “tchau”, do “bom dia” a “boa noite”, vemos que o ser humano é realmente o ser que fala e que nossos laços sociais fortalecem-se diante da necessidade de nos comunicarmos.


Exemplo

Comunicação


É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome?


"Posso ajudá-lo, cavalheiro?"


"Pode. Eu quero um daqueles, daqueles..."


"Pois não?"


"Um... como é mesmo o nome?"


"Sim?"


"Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima."


"Sim senhor."


"O senhor vai dar risada quando souber."


"Sim senhor."


"Olha, é pontuda, certo?"


"O quê, cavalheiro?"


[...]


"Chame o gerente."


"Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê?"


"É de, sei lá. De metal."


"Muito bem. De metal. Ela se move?"


"Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim."


"Tem mais de uma peça? Já vem montado?"


"É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço."


"Francamente..."


"Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa."


"Ah, tem clique. É elétrico."


"Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar."


"Já sei!"


"Ótimo!"


"O senhor quer uma antena externa de televisão."


"Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo..."


"Tentemos por outro lado. Para o que serve?"


"Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa."


"Certo. Esses instrumentos que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e..."


"Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!"


"Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!"


"É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome?"

VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comunicação. In: PARA gostar de ler, v.7. 3.ed. São Paulo: Ática, 1982. p. 35-37.


→ Função conativa ou apelativa


A função conativa ou apelativa é aquela em que a ênfase está no emissor (interlocutor). Com a intencionalidade de persuadir, convencer, vemos, estruturalmente, a presença de verbos no modo imperativo, os quais têm intenção de indicar a forma como o outro deve agir.


Podemos verificar a ocorrência desse tipo de função em textos de caráter publicitário, discursos políticos e religiosos, e também em cartas argumentativas. Assim, quando o emissor (locutor) tenta influenciar o receptor (interlocutor), certamente estamos diante da função conativa ou apelativa.


Exemplos



30º Anuário. São Paulo: Clube de criação de São Paulo, 2005. p. 97.

“Meu amigo, minha amiga, se você ainda não encontrou a raiz do mal que lhe tem trazido prejuízos por muitos anos, participe da campanha “Corte a Raiz”, que lhe ajudará a descobrir e arrancá-la de uma vez por todas.”


“Mas, que fique bem claro, ninguém é obrigado a nada [...] nem mesmo a fazer a Fogueira Santa. A Fogueira Santa é uma atitude exclusivamente pessoal. Não faça sacrifício por que estamos falando, mas faça pela sua fé! Se você não foi tocado, não ouviu a Voz da fé, do Espírito Santo, não participe! Porque se você manifesta qualquer dúvida, mesmo um fio de dúvida, não é para ti esse propósito de revolta”.

→ Função metalinguística


A função metalinguística é a função da explicação. Geralmente, ouvimos dizer que a função metalinguística é aquela em que o código explica o próprio código, ou seja, a linguagem explica a própria linguagem, e então teríamos o dicionário como o principal representante dessa função.


No entanto, podemos dizer que toda forma de explicação, com expressões como “ou seja”, “sendo assim”, “por exemplo”, introduzem a manifestação dessa função da linguagem. Música que fala ou explica como se fazer música, poemas que tratam do fazer poético, além de filmes que revelam como se fazer cinema marcam a metalinguagem.


Exemplos


Significado de Código


Substantivo masculino


Coleção de leis: Código Penal. Coleção de regras e preceitos. Sistema de símbolos que permite a representação de uma informação: código Morse. Conjunto de regras que permite a transposição de sistemas de símbolos sem alterar o significado da informação transmitida.


Linguística: Conjunto de todos os elementos linguísticos vigentes numa comunidade e postos à disposição dos indivíduos para servir-lhes de meios de comunicação; língua.


(Fonte: Dicio.com)



Atividade 4ª Semana


1) Leia este trecho do romance Divã, de Martha Medeiros:


Sou eu que começo? Não sei bem o que dizer sobre mim. Não me sinto uma mulher como as outras. Por exemplo, odeio falar sobre crianças, empregadas e liquidações. Tenho vontade de cometer haraquiri quando me convidam para um chá de fraldas e me sinto esquisita à beça usando um lencinho amarrado no pescoço. Mas segui todos os mandamentos de uma boa menina: brinquei de boneca, tive medo do escuro e fiquei nervosa com o primeiro beijo. Quem me vê caminhando na rua, de salto alto e delineador, jura que sou tão feminina quanto as outras: ninguém desconfia do meu hermafroditismo cerebral. Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Penso como um homem, mas sinto como mulher. Não me considero vítima de nada. Sou autoritária, teimosa e um verdadeiro desastre na cozinha. Peça para eu arrumar uma cama e estrague meu dia. Vida doméstica é para os gatos. Nossa, pareço uma metralhadora disparando informações como se estivesse preenchendo um cadastro para arranjar marido. Ponha na conta da ansiedade. A propósito, tenho marido e tenho três filhos. [...] Tenho um cérebro masculino, como lhe disse, mas isso não interfere na minha sexualidade, que é bem ortodoxa. Já o coração sempre foi gelatinoso, me deixa com as pernas frouxas diante de qualquer um que me convide para um chope. [...] Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. Acho que sou promíscua, doutor Lopes. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também. Prepare-se para uma terapia de grupo.


Identifique a(s) função(ões) da linguagem predominante(s) no texto acima, considerando a intencionalidade do ato comunicativo:


Função metalinguística e função conativa


Função emotiva e função fática


Função fática e função referencial


Função emotiva e função metalinguística





2)Identifique, conforme a legenda, a definição de cada uma das funções da linguagem.


Emotiva ou expressiva


Apelativa ou conativa


Referencial ou denotativa


Fática ou de contato


Metalinguística


Poética





( ) Centrada no emissor, tem como intencionalidade exprimir emoções, sentimentos e opiniões subjetivas.


( ) Tem como intenção o trabalho com a mensagem, podendo, inclusive, contribuir com a construção estética do texto.


( ) Ênfase no interlocutor com o objetivo de persuadi-lo.


( ) Tem como característica a tentativa de se manter o ato comunicativo em curso.


( ) É o código explicando o próprio código, ou seja, a língua explicando a própria língua.


( ) Com objetividade, a intenção é informar. Predominam sequências discursivas em terceira pessoa.


Por Sara de Castro
Professora de Redação

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Língua Portuguesa


Turmas: 11, 12, 13 e 14


Professora: Marliesi


1ª Semana: Funções da Linguagem;
2ª Semana: Texto dissertativo- argumentativo.



Coronavírus: família usa cartazes para afastar visitas em Lagoa Formosa





Filha tenta proteger seus pais e três crianças que moram em um sítio no distrito de Água Limpa, na Região do Alto Paranaíba.





LR Luiz Ribeiro

EEEM Maria Teresa Vilanova Castilhos – Polivalente

Atividades do mês de junho
postado em 28/04/2020 18:10 / atualizado em 28/04/2020 20:06





Moradores de sítio em Lagoa Formosa não querem visitantes com medo da contaminação pelo coronavírus (foto: Arquivo pessoal)





O uso de um cartaz para afastar visitantes e impedir o risco de contágio do coronavírus (COVID-19) para pessoas do grupo de risco da doença. Esta foi uma estratégia adotada por uma família na zona rural de Lagoa Formosa, no Alto Paranaíba, visando à proteção de um casal de idosos e dos seus netos.


“Não estamos recebendo visitas. Idosos e crianças em isolamento”. Este foi o aviso colocado na cerca de um sítio na localidade de Água Limpa, distante 22 quilômetros da área urbana de Lagoa Formosa – de 18 mil habitantes.


Uma das proprietárias do terreno, a agente de saúde Marta Braga Amaral explica que decidiu usar o cartaz para proteger seus pais, os aposentados Joao Batista de Santana, de 87; e Maria Santana Magalhaes, de 83. Marta disse que a intenção também foi preservar a saúde de três crianças da família.


Em março, logo depois dos registros dos primeiros casos da COVID-19 no Brasil, o casal de idosos saiu de Uberlândia, no Triângulo, onde mora, e foi para a casa da filha Marta, na zona rural de Lagoa Formosa, em busca de maior garantia de isolamento. No entanto, como Joao Batista e Maria Santana são de família conhecida da região, moradores despertaram interesse em visitá-los.


Marta relata que que então teve a ideia de afastar os visitantes de uma maneira educada, recorrendo ao aviso sobre o isolamento social. “Como as redes sociais contam tudo hoje, as pessoas começaram a questionar sobre fazer visitas aos hóspedes. Foi aí que decidi confeccionar uma placa pra colocar na entrada do sítio”, explica a agente de saúde, lembrando que o alerta foi endereçado também a vendedores ambulantes.


A moradora de Lagoa Formosa conta que a estratégia deu certo. Ela disse que seus pais permaneceram na propriedade rural durante 37 dias e, nesse período, receberam visitas de apenas três pessoas da redondeza, que não tiveram contato recente com moradores de outras regiões. Marta Santana revelou que seus pais retornaram a Uberlândia nesta semana.


A “ferramenta” do aviso para evitar visitantes e amenizar os ricos de contágio da COVID-19 está sendo adotada também na residência do casal de idosos na cidade-polo do Triângulo. Na entrada da moradia, junto ao interfone, foi afixado um cartaz: “Não estamos recebendo visitas”. A informação foi divulgada ainda em um grupo de whatsApp da família.


A agente de saúde afirma que espera que as pessoas continuem seguindo o aviso da entrada da residência dos seus pais, a fim de que eles não recebam visitas durante o isolamento social contra o coronavírus. Marta ressalta ainda que há ciência geral da pandemia e dos riscos para os idosos.


Marta Santana conta que perdeu um cunhado em Lagoa Formosa, cuja morte entrou para as consideradas suspeitas de COVID-19. No entanto, no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde ainda não consta nenhuma confirmação de óbito ou do registro de caso de paciente com coronavírus nessa cidade do Alto Paranaíba.






Atividade 1:





Você concorda com a atitude dos moradores de sítio em Lagoa Formosa? Por quê?






Relembrando:


→ Função conativa ou apelativa


A função conativa ou apelativa é aquela em que a ênfase está no emissor (interlocutor). Com a intencionalidade de persuadir, convencer, vemos, estruturalmente, a presença de verbos no modo imperativo, os quais têm intenção de indicar a forma como o outro deve agir.


Podemos verificar a ocorrência desse tipo de função em textos de caráter publicitário, discursos políticos e religiosos, e também em cartas argumentativas. Assim, quando o emissor (locutor) tenta influenciar o receptor (interlocutor), certamente estamos diante da função conativa ou apelativa.





Considerando a função conativa ou apelativa, o cartaz feito pela filha, com a intenção de proteger os pais dela, não apresenta verbos no modo imperativo, indicando a forma como as pessoas devem agir. Reelabore o cartaz, utilizando a função conativa ou apelativa.





Texto dissertativo-argumentativo


O texto dissertativo-argumentativo tem como objetivo persuadir e convencer, ou seja, levar o leitor a concordar com a tese defendida. É expressa uma opinião crítica acerca de um assunto, sendo defendida uma tese sobre esse assunto através de uma argumentação clara e objetiva, fundamentada em fatos verídicos e dados concretos.


Estrutura do texto dissertativo-argumentativo


A apresentação e defesa da tese desenvolvem-se através da estrutura textual típica de introdução, desenvolvimento e conclusão.


Introdução






Na introdução ocorre a apresentação de um assunto e de uma tese que será defendida sobre esse assunto. Assim, após a identificação de um problema num determinado assunto, é apresentada a tese de forma clara e objetiva, sendo essencial que esta esteja bem definida e delimitada. A reflexão crítica sobre a tese e sua argumentação serão feitas no desenvolvimento do texto.






Desenvolvimento






No desenvolvimento ocorre a apresentação e a exploração dos diversos argumentos que suportam a tese. Podem ser apresentados através do reconhecimento das causas e consequências do problema, da identificação de seus aspectos positivos e negativos ou da contra-argumentação de uma tese contrária. Pode haver um foco no argumento justificando a tese ou um foco na tese que ocorre por um determinado argumento. O que importa é que se utilize uma linguagem coerente, objetiva e precisa.


A apresentação dos argumentos deve seguir uma sequência lógica. Pode haver um argumento principal e argumentos auxiliares ou vários argumentos fortes. O mais importante é que estes sejam objetivos e detalhados e que haja conexão entre eles.


Os diversos argumentos deverão ser sustentados com exemplos e provas que os validem, tornando-os indiscutíveis, como:


fatos comprovados;


conhecimentos consensuais;


dados estatísticos;


pesquisas e estudos;


citações de autores renomados;


depoimentos de personalidades renomadas;


alusões históricas;


fatores sociais, culturais e econômicos.


Estas estratégias argumentativas validam os argumentos, dotando-os de autoridade, consenso, lógica, competência e veridicidade. Assim, os leitores não só refletem sobre estes, como ficam obrigados a concordar com os argumentos, sem hipótese de os rebater.


Além disso, diversos recursos de linguagem podem ser usados para captar a atenção do leitor e convencê-lo da correção da tese, como a utilização de uma linguagem formal, de perguntas retóricas, de repetições, de ironia, de exclamações,…


Conclusão


Na conclusão há a retoma e reafirmação da tese inicial, já defendida pelos diversos argumentos apresentados no desenvolvimento. Pode ocorrer a apresentação de soluções viáveis ou de propostas de intervenção. A conclusão aparece como um desfecho natural e inevitável visto o pensamento do leitor já ter sido direcionado para a mesma durante a apresentação dos argumentos.


Exemplo de texto dissertativo-argumentativo:



“Não é de hoje que a sociedade brasileira sofre com os tormentos ocasionados pela disseminação da violência. Esse fato estarrecedor gera debates e mais debates, na tentativa de sanar, ou ao menos coibir, os sérios impactos sociais que as ações violentas representam para a coletividade. Para esse fim, seria a redução da maioridade penal um componente de primeira grandeza?
Constata-se que o envolvimento de jovens infratores em graves delitos pode não ser uma exclusividade dos tempos modernos; no entanto, é inegável o aumento de casos envolvendo crianças e adolescentes em situações deploráveis, como furtos, roubos e, em muitos contextos, homicídios.
Com esse cenário, parece irrefutável a tese que defende o declínio de dois anos nas contas da maioridade penal. Para os mais inconformados com a realidade, aqueles tomados pelo afã do “justiceiro implacável”, não parecem existir outras saídas. Todavia, nem sempre o que se revela aparentemente óbvio o é. Há fatores envolvidos nas estatísticas da criminalidade covardemente camuflados por alguns setores governamentais, bem como por áreas específicas da sociedade civil.
Se reduzir a idade mínima penal tivesse consequências positivas imediatas para a diminuição dos índices criminais, essa certamente já seria uma medida adotada por todas as nações. Fatores bem mais importantes como priorização efetiva dos investimentos em educação e cultura, bem como distribuição de emprego e renda, inserindo o jovem no universo acadêmico ou técnico, indubitavelmente aplacariam com mais rapidez e eficácia os deploráveis números.
A participação de menores infratores em crimes hediondos não deve ser ignorada, é inegável; diminuir a idade base para a criminalização de seus atos pode ser uma saída, mas necessita, ainda, de discussões e argumentos mais convincentes. De concreto, fica a certeza de que só um programa capaz de incluir crianças, adolescentes e jovens nos interesses mais prioritários do país terá a força suficiente para contornar quadro tão desfavorável.” (Prof. Eduardo Sampaio)


Flávia Neves


Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.





Atividade 2:


Considerando o texto: “Coronavírus: família usa cartazes para afastar visitas em Lagoa Formosa”





“O uso de um cartaz para afastar visitantes e impedir o risco de contágio do coronavírus (COVID-19) para pessoas do grupo de risco da doença. Esta foi uma estratégia adotada por uma família na zona rural de Lagoa Formosa, no Alto Paranaíba, visando à proteção de um casal de idosos e dos seus netos.”











Podemos afirmar positiva a atitude da moradora de Lagoa Formosa? Escreva um texto dissertativo com o seguinte assunto: a importância do isolamento social durante a pandemia do coronavirus (COVID-19).




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