Geografia turma 24 Professor Doglemar

GEOGRAFIA- ESCOLA POLIVALENTE
2º ANOS - Turma 24 - AULAS DOS DIAS 08/04, 10/04 e 15/04



População Mundial

A população mundial já ultrapassou o patamar dos sete bilhões de pessoas e continua a aumentar. No entanto, a distribuição, as características, as práticas culturais, a diversidade étnica e muitos outros fatores são bastante variados ao longo das diferentes áreas do planeta. Ao todo são milhares de idiomas, etnias, tradições, culturas, religiões e outros, o que denota a diversidade marcante das socie
Em termos de distribuição, a população mundial encontra-se em maior parte concentrada no continente asiático, onde estão alguns dos países mais populosos do planeta, como a China e a Índia. Esses dois países, juntos, somam um total superior a dois bilhões e meio de pessoas. Assim, se somarmos com os demais países desse continente, temos um total de 4,4 bilhões de pessoas em 2014, segundo dados do Banco Mundial.
Já na Europa, por exemplo, a população não chega sequer a um quarto desse total, alcançando os 742,5 milhões de habitantes. Nesse continente, além de haver uma população menos numerosa, há também um crescimento demográfico muito baixo, o que vem disseminando preocupações a respeito do envelhecimento populacional, principalmente em países como Alemanha, França e outros. Esses países, inclusive, estão promovendo medidas de incentivo aos casais para que eles possam ter mais filhos.
A África, por sua vez, apresenta uma perspectiva inversa. Com 1,1 bilhões de pessoas, esse é o continente que mais aumenta a sua população em termos proporcionais, com verdadeiras explosões demográficas em países como a Nigéria e a África do Sul. Esse crescimento é resultado das relativas melhorias de sua população e de boa parte dela ainda ser predominantemente rural (onde as taxas de natalidade costumam ser maiores), além da relativa melhoria de suas taxas de mortalidade, que permitem que a população continue crescendo.
A Oceania, por ser o menor entre os continentes, apresenta também a menor das populações, com apenas 37 milhões de pessoas, um número menor, por exemplo, do que o da população brasileira e de muitos outros países. Na Austrália, principal país desse continente, cerca de 80% da população encontra-se distribuída nas áreas litorâneas, haja vista que o interior do país apresenta muitas áreas desertas, totalmente inóspitas.
O continente americano, por sua vez, possui uma população de pouco menos de um bilhão de habitantes. Os Estados Unidos abrigam 316 milhões desse total e o Brasil abriga um pouco mais de 200 milhões. Os dois juntos, portanto, somam mais da metade de toda a população das Américas.

População brasileira
Atualmente, o Brasil possui a quinta maior população do mundo, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país atingiu em 2010, 190.755.799 habitantes, apresentando uma concentração populacional inferior apenas a dos referidos países: China (1,3 bilhão), Índia (1,2 bilhão), Estados Unidos (317,6 milhões) e Indonésia (232,5 milhões). A divisão da população brasileira conforme o sexo é a seguinte: mulheres (51%), homens (49%). As mulheres também são a maioria nas universidades – 57%.
A taxa de crescimento demográfico do Brasil está em constante processo de declínio. Esse fato é consequência do planejamento familiar, e, principalmente, da redução da taxa de fecundidade (número de filhos gerados por cada mulher). Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2008, a taxa de fecundidade da mulher brasileira é de 1,89.
Apesar de ser um país populoso (população absoluta), o Brasil é pouco povoado (população relativa), pois sua densidade demográfica é de apenas 22,4 habitantes por quilômetro quadrado. Seu território é habitado de forma extremamente desigual – São Paulo é o estado mais populoso, com 41.262.199 habitantes, enquanto Roraima, estado menos populoso, possui 450.479 habitantes. A ocupação populacional nas diferentes Regiões comprova essa concentração desigual no território brasileiro.
Nordeste – 53.081.950 habitantes, densidade demográfica de 34,2 hab./ km².
Norte – 15.864.454 habitantes, densidade demográfica de 4,1 hab./ km².
Sul – 27.386.891 habitantes, densidade demográfica de 47,5 hab./ km².
Sudeste – 80.364.410 habitantes, densidade demográfica de 87 hab./ km².
Centro-Oeste – 14.058.094 habitantes, densidade demográfica de 8,7 hab./ km².
Portanto, a Região Sudeste é a mais populosa e mais povoada do Brasil, com destaque para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Há quatro décadas, o Sudeste caracteriza-se como tal.
A expectativa de vida do brasileiro está crescendo a cada ano, fator resultante de melhorias nas condições de vida e saúde no país. Conforme pesquisa realizada pelo IBGE, a população do Brasil vive em média 72,8 anos. Atualmente, o país ocupa o 80° lugar no ranking mundial da expectativa de vida da Organização das Nações Unidas (ONU).
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro também está ampliando a cada ano, de acordo com o relatório mais recente, divulgado em 2010, o Brasil possui média de 0,699, ocupando a 73° posição no ranking mundial, composto por 169 países.
A taxa de mortalidade infantil é outro índice social que tem apresentado melhorias. Conforme dados de 2009, publicados pelo o IBGE, a taxa de mortalidade infantil no Brasil passou de 33,5 crianças mortas por mil nascidas vivas, para 22, entre 1998 e 2009. Entretanto, o país tem muito a melhorar, especialmente em relação à desigualdade social, à saúde, educação, distribuição de renda, segurança, entre outros fatores.

Problemas sociais urbanos
A urbanização da sociedade aconteceu de forma desigual em todo mundo. Os países considerados “centrais” assistiram primeiramente aos seus processos de urbanização, apesar de outras civilizações antigas também apresentarem o seu espaço urbano. Com o processo de colonização e o consequente subdesenvolvimento, a urbanização nos países periféricos consolidou-se apenas em meados do século XX, fruto da industrialização tardia desses países.
O fato é que os distintos processos de urbanização estão diretamente ligados à industrialização e todos eles apresentam problemas tanto de caráter social quanto de caráter ambiental. Boa parte desses problemas não está ligada somente ao processo de urbanização em si, mas também à má distribuição de renda e às contradições sociais.
Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa populacional. Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande maioria da população pobre busque por moradias em regiões ainda mais distantes.
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte público e a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência.
A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes, médias e até pequenas cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que possui terrenos, mas que não possui condições de construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto, e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue.
Dentre os problemas sociais urbanos, entretanto, o principal é o processo de favelização. Esse se associa também à concentração de renda, ao desemprego e à falta de planejamento urbano. Muitas pessoas, por não disporem de condições financeiras para custear suas moradias, acabam não encontrando outra saída senão ocupar de forma irregular (através de invasões) áreas que geralmente não apresentam características favoráveis à habitação, como os morros com elevada declividade.
Ocupação em áreas irregulares no Cambódia
Ocupação em áreas irregulares no Cambódia

A formação e proliferação de favelas é a principal denúncia das desigualdades sociais no espaço urbano e são elementos característicos das grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México e muitas outras. Vale lembrar que esse não é um fenômeno exclusivo dos países pobres. A estimativa da ONU é de que, até 2030, mais de 2 bilhões de pessoas estarão morando em favelas em todo mundo.

Problemas ambientais urbanos
Muitos dos problemas ambientais urbanos estão diretamente ligados aos problemas sociais. Por exemplo: o processo de favelização contribui para a agressão ao meio ambiente, visto que as ocupações irregulares geralmente ocorrem em zonas de preservação ou em locais próximos a rios e cursos d’água.
Ademais, sabe-se que os problemas ambientais, sejam eles urbanos ou não, são produtos da interferência do homem na natureza, transformando-a conforme seus interesses e explorando os seus recursos em busca de maximização dos lucros sem se preocupar com as consequências.
As zonas segregadas, locais mais pobres da cidade, costumam ser palco das consequências da ação humana sobre o meio natural. Problemas como as enchentes são rotineiramente noticiados. E a culpa não é da chuva.
Em alguns casos, o processo de inundação de uma determinada região é natural, ou seja, aconteceria com ou sem a intervenção humana. O problema é que, muitas vezes, por falta de planejamento público, loteamentos e bairros são construídos em regiões que compõem áreas de risco. Em outras palavras, em tempos de seca, casas são construídas em locais que fazem parte dos leitos dos rios e, quando esses rios passam pelas cheias, acabam inundando essas casas.
Em outros casos, a formação de enchentes está ligada à poluição urbana ou às condições de infraestrutura, como a impermeabilização dos solos a partir da construção de ruas asfaltadas. A água, que normalmente infiltraria no solo, acaba não tendo para onde ir e deságua nos rios, que acumulam, transbordam e provocam enchentes.
Cidade de Brisbane, na Austrália, sofrendo com inundações em 2011
Cidade de Brisbane, na Austrália, sofrendo com inundações em 2011

Outro problema ambiental urbano bastante comum é o fenômeno das ilhas de calor, que ocorre nas regiões centrais das grandes cidades. Tal situação é consequência do processo de verticalização, ou seja, a formação de prédios que limitam a circulação do ar e, somada à retirada das árvores, contribui para a concentração do calor. É por isso que as regiões centrais ou muito urbanizadas estão sempre mais quentes que o restante da cidade.
Para somar às ilhas de calor, existe também a inversão térmica, um fenômeno climático que dificulta a dispersão dos poluentes emitidos pela ação humana. Em virtude disso, gases tóxicos pairam sobre a superfície das cidades, provocando doenças respiratórias e o aumento das temperaturas.
A falta de planejamento público e a ausência de uma maior consciência ambiental constituem os problemas ambientais urbanos, como a poluição das águas de rios, lagos e oceanos, o aumento das temperaturas, a ocorrência de chuvas ácidas (fruto da emissão de gases tóxicos na atmosfera), isso tudo somado às poluições visual e sonora.

Questão 1

Sobre os problemas sociais nas cidades do Brasil, avalie as proposições a seguir:

I) A questão da violência nas cidades tem ampliado a sensação de insegurança e a descrença nos serviços de segurança pública. Noticiários relatam assassinatos, assaltos, sequestros, agressões e outros tipos de violência diariamente;

II) Problemas relacionados com a infraestrutura (iluminação pública, redes de água, esgoto e energia elétrica, asfaltamento, segurança e lazer) não são considerados relevantes para a análise dos problemas sociais urbanos, como as questões de moradia;

III) A deficiência no planejamento e execução de políticas públicas no espaço urbano são alguns dos principais responsáveis pela gênese e perpetuação dos problemas sociais nas cidades brasileiras;

IV) A desigualdade social provoca o agravamento dos problemas sociais. Uma distribuição de renda mais igualitária contribuiria para a diminuição dos problemas de saúde, moradia, educação e segurança nos espaços urbanos brasileiros.

Assinale a alternativa correta:

a) F, V, V, F b) V, F, V, V c) F, V, F, V d) V, V, F, F e) V, F, F, F


GEOGRAFIA- ESCOLA POLIVALENTE

2º ANOS - Turma 24 - AULAS DOS DIAS 17, 22, 24 e 29/04
Estrutura Fundiária 
É o modo como as propriedades agrárias estão distribuídas e organizadas em um determinado país ou espaço. Para se conhecer a estrutura fundiária de um país, leva-se em consideração a quantidade, o tamanho e a distribuição social das propriedades rurais na área analisada.
A estrutura fundiária de um país ou região também é muito influenciada pelo nível de concentração fundiária do país, uma vez que, quanto maior for a concentração de terras, menor será a quantidade de propriedades de terras e maior será o tamanho das propriedades existentes. Além disso, a distribuição social da terra nos países em que há uma grande concentração rural tende a ser mais desigual, pois a parcela mais rica da população tem um acesso facilitado a terra, enquanto a população mais pobre, na maioria das vezes, não possui acesso à terra e/ou aos meios de produção.
Na maioria dos países desenvolvidos, as atividades agropecuárias são desenvolvidas em propriedades rurais menores, de base familiar, altamente produtivas e mecanizadas, voltadas para a produção de alimentos e matéria-prima para abastecer o mercado interno do país. Já em países subdesenvolvidos, principalmente da América Latina e da África, em virtude de sua herança colonial em que predominavam as plantations (grandes propriedades rurais que produziam monoculturas voltadas para abastecer o mercado internacional), há grandes propriedades rurais, concentradas nas mãos de poucos proprietários, que produzem monoculturas para exportação.
De acordo com o Estatuto da Terra, de 1964, as propriedades rurais brasileiras podem ser divididas em cinco categorias:
  • Imóvel rural: Qualquer imóvel rural utilizado para a produção agropecuária ou agroindustrial.
  • Propriedade Familiar (ou Módulo Rural): É o imóvel rural explorado por uma determinada família que absorve toda a mão de obra familiar e consegue garantir o sustento de toda a família.
  • Minifúndio: São pequenas propriedades rurais, com extensão maior do que as propriedades familiares, geralmente utilizadas na produção alimentar familiar ou coletiva.
  • Latifúndios: Grandes propriedades rurais voltadas para a produção moderna de monoculturas ou para a especulação imobiliária.
  • Empresa Rural: São médias e grandes propriedades rurais, de ordem física ou jurídica, voltadas para exploração econômica racional do espaço agrário para desenvolver produtos agropecuários.

estrutura fundiária brasileira é uma das mais concentradas do mundo. Enquanto os minifúndios representam 70% do total das propriedades rurais e ocupam uma área de cerca de 11% do espaço agrário brasileiro, os latifúndios ocupam cerca de 55% da zona rural do Brasil.
Essa concentração fundiária contribui para o agravamento dos problemas no campo, visto que a maior parte das terras, muitas vezes improdutivas, encontra-se concentrada na mão de poucos proprietários, o que aumenta a quantidade de pessoas sem acesso à terra, intensificando, assim, os conflitos causados pela disputa por terras. Além disso, a grande concentração de terras prejudica também a produção de alimentos, visto que a maior parte deles é produzida em minifúndios. Como a área ocupada pelos latifúndios é maior, a produção nacional e grande parte das políticas públicas relacionadas com o campo estão voltadas para a produção de monoculturas para a exportação, dificultando ainda mais a vida do pequeno produtor, que é o grande responsável pela produção de alimentos no país.

O que é: Agroindústria

A agroindústria é o conjunto de atividades relacionadas à transformação de matérias-primas provenientes da agricultura, pecuária, aqüicultura ou silvicultura. O grau de transformação varia amplamente em função dos objetivos das empresas agroindustriais. Para cada uma dessas matérias-primas, a agroindústria é um segmento da cadeia que vai desde o fornecimento de insumos agrícolas até o consumidor. Em comparação a outros segmentos industriais da economia, ela apresenta uma certa originalidade decorrente de três características fundamentais das matérias-primas: sazonabilidade, perecibilidade e heterogeneidade.


O que é: Agronegócio

Agronegócio (também chamado de agrobusiness) é o conjunto de negócios relacionados à agricultura e pecuária dentro do ponto de vista econômico.
Costuma-se dividir o estudo do agronegócio em três partes: a primeira parte trata dos negócios agropecuários propriamente ditos, ou de "dentro da porteira", que representam os produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes, constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoas jurídicas (empresas).
Na segunda parte, os negócios à montante da agropecuária, ou da "pré-porteira", representados pela indústria e comércio que fornecem insumos para a produção rural, como por exemplo os fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos.
E na terceira parte estão os negócios à jusante dos negócios agropecuários, ou de "pós-porteira", onde estão a compra, transporte, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários até o consumidor final. Enquadram-se nesta definição os frigoríficos, as indústrias têxteis e calçadistas, empacotadores, supermercados, distribuidores de alimentos.

Reforma agrária

É o termo utilizado para designar a redistribuição fundiária (agrária ou de terras) em um Estado. Quando há a concentração de terras nas mãos de uma pessoa ou poucas pessoas, temos a formação dos latifúndios (grandes propriedades de terra que, por sua extensão, não são devida e completamente exploradas).
Os latifúndios fazem com que a terra não tenha seu valor social cumprido e acarretam a desigualdade social ao servirem apenas como fonte de enriquecimento para especuladores de imóveis. A reforma agrária visa, em sua essência, a uma distribuição fundiária mais justa que contemple os agricultores menores e menos poderosos, que, em geral, praticam a agricultura e a pecuária familiar.
O que é reforma agrária
A reforma agrária é um tipo de reforma de base, ou seja, uma reestruturação ou mudança que afeta diretamente as bases da sociedade. A palavra “reforma” remete à melhoria ou mudança, enquanto o termo “agrária” designa estrutura fundiária, ou seja, estrutura de organização das terras de um Estado nacional.
A Europa e suas colônias formaram-se em cima de estruturas latifundiárias, ou seja, com a posse da terra sendo exercida por poucas pessoas. Na Modernidade, o iluminismo (corrente teórico filosófica de pensamento político que surgiu na França no século XVIII) trouxe a idéia de que a terra era um bem comum a todos que exercem a cidadania em um Estado, portanto, deve-se reconhecê-la como um bem que possui um valor social.
O valor social da terra sustenta a idéia de que deve haver a plena utilização das propriedades agrárias para a produção de alimentos e bens de consumo e a extração de recursos naturais e energia, a fim de que toda a população seja contemplada pelos bens proporcionados por ela. Nesse sentido, a formação de latifúndios não explora a terra do modo como ela deve ser e exclui aquelas pessoas que podem produzir apenas em pequena escala da cadeia produtiva.
Reforma agrária no mundo
Revolução Francesa foi o primeiro grande movimento político de reforma agrária da Modernidade. No Antigo Regime, em que a política era comandada por uma casta nobre e a participação do clero era direta e efetiva, a terra estava distribuída na França (e nos países europeus em geral) apenas entre a nobreza e o clero. Alguns burgueses também tinham propriedades de terra, mas essa possibilidade de posse era bem restrita e estava submetida à vontade da nobreza de vender suas propriedades.
É interessante notar que a aquisição de terras pela classe nobre não se deu de maneira comercial (compra e venda), mas pelo processo de posse e distribuição feudal entre os poderosos senhores da Idade Média, séculos antes da Revolução Francesa. Com a destituição do poder da corte francesa e o início do fim dos privilégios da classe nobre na revolução, houve o início de um processo de redistribuição fundiária na França.
Essa reforma, no entanto, contemplou, em grande parte, a classe burguesa, que possuía maiores condições de utilizar a terra e pagar por ela. Entretanto, também foram contemplados com ela muitos camponeses que adquiriram pequenas propriedades confiscadas da nobreza e do clero e tiveram até 10 anos para quitarem suas dívidas com o Estado.
Nos Estados Unidos, a reforma agrária aconteceu ainda no século XIX, mas de maneira lenta e sem grande influência política ou ideológica. No início da colonização estadunidense, os colonos que se estabeleceram no sul formaram pequenas propriedades de plantação de fumo e alimentos.
Esse modelo familiar, no entanto, logo foi substituído pelo latifundiário e pelas técnicas denominadas "Plantation", baseadas na formação de latifúndios, na grande produção visando a exportação, principalmente de algodão, e na utilização de mão de obra escrava. Após a independência das 13 colônias, essa estrutura fundiária manteve-se nos Estados Unidos.
Em 1850 o parlamento americano começou a lançar propostas de revisão da questão fundiária no país, mas não por meio de desapropriação e sim pela compra e redistribuição de pequenas propriedades. Até 1862 a proposta não foi para a frente, até que o início da Guerra de Secessão propiciou uma espécie de remodelação de certas estruturas sociais, além de ter proporcionado uma nova configuração no Parlamento dos Estados Unidos, agora com maioria republicana.
Os republicanos, liderados pelo presidente Abraham Lincoln, eram antiescravagistas, o que ajudou na implantação do plano de distribuição das terras. Sem a mão de obra escrava, o modelo de larga produção em latifúndios era, na época, visto como insustentável pelos produtores, o que estimulou a venda das propriedades.
No México, a reforma agrária aconteceu a partir de 1910, com a Revolução Mexicana, liderada pelos líderes sociais de inspiração socialista Emiliano Zapata e Pancho Villa. Após a estruturação do golpe, a sua efetivação, a derrubada do ditador Porfírio Diaz e a instalação de um novo governo, os líderes revolucionários acataram a idéia (do influente intelectual mexicano Andrés Molina Enríquez) de confiscar e redistribuir as propriedades rurais com mais de dois mil hectares de extensão. As terras foram divididas e oferecidas, posteriormente, a agricultores menores com cartas de crédito que permitiam a sua compra.
História da reforma agrária no Brasil
A concentração fundiária no Brasil teve início em 1530, com a formação das capitanias hereditárias, que eram faixas de terras brasileiras, e sua doação aos capitães donatários. Os capitães tinham a missão de colonizar o território e produzir nele, e tinham, como contrapartida, que pagar o equivalente a um sexto da produção em impostos à Coroa Portuguesa.
No princípio eram apenas 14 as capitanias hereditárias, distribuídas a homens que tinham condições de produzir em terras brasileiras. No entanto, o sistema de colonização não deu certo. Alguns capitães donatários desistiram da atuação ou não quiseram arcar com os altos custos de viagem e produção em terras brasileiras. Ainda assim o território estava concentrado nas mãos de poucos.
A partir da independência do Brasil, em 1822, as terras passam a ser geridas por aqueles que tinham maior poder econômico e político. A nobreza e a alta burguesia continuaram detentoras da maior parte das terras, o que resultou num sistema desigual baseado no latifúndio e existente até os dias atuais.
Após 1850 foi implantada a Lei de Terras, que resultou em práticas de apropriação e anexação de terras por grandes proprietários via falsificação de documentos de escrituração imobiliária (prática conhecida como grilagem de terras|1|). Em outros países capitalistas, a concentração fundiária foi eliminada ou reduzida como maneira de estimular a produção capitalista liberal. No Brasil, no entanto, a concentração fundiária ainda perdura.
Em 1984, após uma série de duras lutas de camponeses contra a concentração fundiária no Brasil em plena Ditadura Militar, surgiu um movimento unificado pela reforma agrária chamado Movimento dos Sem Terra (MST). 
Prós e contras da reforma agrária
A princípio a reforma agrária é uma ação necessária em um país de práticas de concentração fundiária. Quando a reforma é bem planejada, estruturada e executada, os benefícios podem ser notados pela população. Em um sistema capitalista liberal ou em um sistema socialista de governo e economia, há o entendimento de que a desigualdade social não permite o bom desenvolvimento econômico da população. Além disso, há o entendimento de que a terra tem um valor social que deve ser respeitado para que haja democracia e de que todos possam usufruir dos bens propiciados por ela.
Não obstante, uma reforma agrária mal estruturada pode resultar na perpetuação, e até no acirramento da desigualdade social, quando cria mecanismos que não permitem a aquisição de pequenas propriedades por parte dos pequenos produtores agrícolas.
 QUESTÃO 1
Sobre as definições das propriedades rurais brasileiras, marque V para as proposições que considerar verdadeiras e F para as proposições que considerar falsas:
a) ( ) Minifúndios são pequenas propriedades rurais voltadas para a produção moderna de monocultura.
b) ( ) Latifúndios são grandes propriedades rurais voltadas para a produção de subsistência.
c) ( ) Módulo rural é o imóvel rural explorado por uma família, garantindo nele o seu próprio sustento.
d) ( ) Empresa rural é uma propriedade rural utilizada para a exploração econômica racional do espaço agrário.
Assinale a alternativa correta:                a) FFFV             b) FVFV c) VFVV        d) FFVV
QUESTÃO 2
 (UFRGS) Sobre a agricultura brasileira são feitas as seguintes afirmações:
I. A mecanização da agricultura é uma das manifestações da modernização agrícola e trouxe consigo o êxodo rural.
II. A estrutura fundiária brasileira mantém-se excludente na medida em que privilegia o grande capital e as culturas de exportação em detrimento da agricultura familiar.
III. A reforma agrária é, atualmente, uma das grandes questões sociais e políticas do Brasil, congregando vários setores da sociedade e partidos políticos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I        b) Apenas II     c) Apenas III       d) Apenas I e II       e) I, II e

II


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EEEM Maria Teresa Vilanova Castilhos – Polivalente

Atividades do mês de junho

GEOGRAFIA- ESCOLA POLIVALENTE


2º ANOS - Turma 24 e T8 - aulas de junho





Conceitos demográficos






A demografia – ou Geografia da População – é a área da ciência que se preocupa em estudar as dinâmicas e os processos populacionais. Para entender, por exemplo, a lógica atual da população brasileira é necessário, primeiramente, entender alguns conceitos básicos desse ramo do conhecimento.


População absoluta: é o índice geral da população de um determinado local, seja de um país, estado, cidade ou região. Exemplo: a população absoluta do Brasil está estimada em 180 milhões de habitantes.


Densidade demográfica: é a taxa que mede o número de pessoas em determinado espaço, geralmente medida em habitantes por quilômetro quadrado (hab/km²). Também é chamada de população relativa.


Superpovoamento ou superpopulação: é quando o quantitativo populacional é maior do que os recursos sociais e econômicos existentes para a sua manutenção.


Qual a diferença entre um local, populoso, densamente povoado e superpovoado?


Um local densamente povoado é um local com muitos habitantes por metro quadrado, enquanto que um local populoso é um local com uma população muito grande em termos absolutos e um lugar superpovoado é caracterizado por não ter recursos suficientes para abastecer toda a sua população.


Exemplo: o Brasil é populoso, porém não é densamente povoado. O Bangladesh não é populoso, porém superpovoado. O Japão é um país populoso, densamente povoado e não é superpovoado.


Taxa de natalidade: é o número de nascimentos que acontecem em uma determinada área.


Taxa de fecundidade: é o número de nascimentos bem sucedidos menos o número de óbitos em nascimentos.


Taxa de mortalidade: é o número de óbitos ocorridos em um determinado local.


Crescimento natural ou vegetativo: é o crescimento populacional de uma localidade medido a partir da diminuição da taxa de natalidade pela taxa de mortalidade.


Crescimento migratório: é a taxa de crescimento de um local medido a partir da diminuição da taxa de imigração (pessoas que chegam) pela taxa de emigração (pessoas que se mudam).


Crescimento populacional ou demográfico: é a taxa de crescimento populacional calculada a partir da soma entre o crescimento natural e o crescimento migratório.


Migração pendular: aquela realizada diariamente no cotidiano da população. Exemplo: ir ao trabalho e voltar.


Migração sazonal: aquela que ocorre durante um determinado período, mas que também é temporária. Exemplo: viagem de férias.


Migração definitiva: quando se trata de algum tipo de migração ou mudança de moradia definitiva.


Êxodo rural: migração em massa da população do campo para a cidade durante um determinado período. Lembre-se que uma migração esporádica de campo para a cidade não é êxodo rural.


Metropolização: é a migração em massa de pessoas de pequenas e médias cidades para grandes metrópoles ou regiões metropolitanas.


Desmetropolização: é o processo contrário, em que a população migra em massa para cidades menores, sobretudo as cidades médias.



Lista de Exercícios


Questão 1


(UEM) Leia com atenção a notícia que se segue:


França pagará 750 euros mensais por terceiro filho


O governo francês irá pagar uma licença de 750 euros (cerca de R$ 2.050,00) por mês durante um ano a famílias que decidirem ter um terceiro filho, anunciou ontem o primeiro ministro do país, Dominique Villepin.


Folha de S. Paulo, 23/09/2005. Folha mundo, p. A-16.


A medida anunciada pelo governo francês está diretamente relacionada:


a) à política anti-imigração (xenófoba) e de purificação racial adotada pela França nas últimas décadas.


b) às elevadas taxas de natalidade verificadas no país e em toda a Europa.


c) à sobrecarga no sistema de previdência social francês, em que um número cada vez menor de jovens precisa sustentar um número cada vez maior de aposentados.


d) à aproximação do governo francês com as ideias da Igreja Católica, que proíbe o uso de métodos contraceptivos não naturais.


e) à ideia imperialista de que o poderio econômico de uma nação está diretamente ligado ao tamanho de sua população.


Questão 2


Densidade populacional no limite


Ultrapassamos os 7 bilhões de pessoas. O aumento da presença humana sobre a Terra é uma das principais causas do agravamento da crise ambiental e uma das maiores ameaças ao planeta. Quanto maior o número de pessoas, maior a demanda por energia, que, para ser produzida, depende primordialmente, ainda hoje, do petróleo. E são justamente os derivados do líquido negro os principais responsáveis pelo aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.


Além da energia, o homem precisa de comida. Os alimentos, para serem produzidos em larga escala, também oneram o meio ambiente: avançam sobre as florestas, recebem indiscriminadamente defensivos agrícolas para seu cultivo, reforçando um ciclo de insustentabilidade que está se tornando inviável. Quanto maior o número de pessoas, maior o consumo de produtos. Resultado: mais uma fatura debitada na conta da natureza, a da pressão sobre matérias-primas, como o minério de ferro, presente nos automóveis e nos eletrodomésticos.


O ritmo de reprodução humana cresceu de forma vertiginosa nos últimos 200 anos. Para chegar ao primeiro bilhão de habitantes, foram precisos 1.800 anos. Daí para o segundo bilhão, foram apenas 123. A partir de então, a passagem de um bilhão para outro se deu em intervalos sempre menores. Foi necessária apenas uma década, de 1987 a 1997, para que a população da Terra saltasse de 5 bilhões para 6 bilhões de pessoas. O aumento vertiginoso se deu pela combinação de vários fatores, entre eles a melhoria das condições de vida, redução da mortalidade infantil e aumento da expectativa de vida [...].


Estado de Minas. Especial Rio + 20, 10/06/2012..


Sobre a reportagem acima exibida e os seus conhecimentos sobre Geografia da População, julgue os itens a seguir, marcando V para verdadeiro e F para falso.


1. ( ) Ao afirmar que a população mundial ultrapassou os sete bilhões de habitantes, o autor está se referindo à densidade demográfica do planeta, conforme expressa o título do artigo.


2. ( ) Caso o número de pessoas do planeta seja superior à disponibilidade de recursos naturais, podemos dizer que teremos uma ocorrência de superpovoamento em escala global.


3. ( ) No último parágrafo, ao mencionar os números do crescimento da população da Terra, o autor está se referindo ao crescimento vegetativo do planeta.


4. ( ) A expressão “expectativa de vida” citada no texto refere-se ao crescimento qualitativo da população com base no aumento do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).


5. ( ) Com a leitura do texto, podemos perceber que a linha de raciocínio do autor se baseia nas concepções da Teoria Malthusiana sobre a população.



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